O sistema literário brasileiro cultiva Montaigne desde há muito, e não apenas com traduções e retraduções de seus ensaios, mas também com estudos sobre aspectos específicos de sua obra e de suas posições, quer filosóficas, quer políticas. Se temos até o presente apenas duas traduções integrais dos 'Ensaios', com uma distância de praticamente 40 anos entre elas, o número de traduções de seletas e de ensaios individuais se enriquece a cada ano.
Não é dificil estimar a permanência e o vigor do pensamento de Montaigne entre nós, basta, para tanto, um olhar, mesmo que rápido, nos catálogos das editoras, das menores às mais importantes, nos blogues de vocação política e filosófica e nas seções de resenhas de grandes jornais, para comprovar que o autor francês do século XVI mais traduzido no mundo também é bastante apreciado nos meios editoriais e acadêmicos no Brasil.
A bibliografia brasileira sobre Montaigne aqui apresentada limita seu escopo às duas últimas décadas. Os autores estão listados por ordem alfabética. Incluímos obras traduzidas. A lista que segue não é exaustiva, está em constante desenvolvimento. Serão incorporadas ainda teses e dissertações acadêmicas.
Livros
Azar Filho, Celso Martins. A Filosofia de Montaigne. Introdução ao Pensamento Renascentista. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 2009.
Araújo,
Bakewell, Sarah. Como Viver - Ou uma biografia de Montaigne em uma pergunta e vinte tentativas de resposta. Trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Benmakhlouf, Ali. Montaigne. Trad. Guilherme J. Freitas Teixeira. São Paulo: Estação Liberdade, 2016.
Birchal de Souza, Telma. O Eu nos Ensaios de Montaigne Belo Horizonte: Editora Universidade Federal de Minas Gerais, 2007.
Burke, Peter. Montaigne. Trad. Jaimir Conte. São Paulo: Loyola, 2006.
Compagnon, Antoine. Uma temporada com Montaigne. Trad. Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015.
Eva, Luiz Antonio. Montaigne contra a vaidade : um estudo sobre o ceticismo na Apologia de Raimond Sebond. São Paulo: Humanitas, 2004.
Eva, Luiz Antonio. Figura do filosofo: ceticismo e subjetividade em Montaigne. São Paulo: Loyola, 2007.
Santi, Pedro Luiz Ribeiro de. A critica ao eu na Modernidade (Em Montaigne e Freud). São Paulo: Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda, 2003.
Souza Filho, José Alexandrino de. Projeto ‘Livraria’ de Montaigne. Um passeio ao universo do escritor francês Michel de Montaigne. João Pessoa: Editora Universitária, 2007.
Souza Filho, José Alexandrino (org.). Montaigne e seu Tempo. João Pessoa: Editoria Universitária da UFPB, 2012.
Messias, Elvis Rezende. Educação e ceticismo na filosofia de Montaigne. Curitiba: CRV, 2017.
Vaz, Lúcio. A Simulação da morte. Versão e aversão em Montaigne, São Paulo: Perspectiva, 2011.
Artigos
ARAUJO, S. X. G. Glória e vanitàs nos Ensaios de Montaigne. Cosmos e Contexto, v. 27, p.36, 2016.
ARAUJO, S. X. G. La 'Diversion' dans les Essais de Montaigne: sagesse et persuasion oblique. Bulletin de la Société des Amis de Montaigne, v. 64, pp. 87-103, 2016.
ARAUJO, S. X. G. Montaigne e a idéia de 'diversion': persuasão e sagesse nos Essais. Limiar, v. 2, pp. 143-171, 2014.
ARAUJO, S. X. G. O problema do ethos da escrita de si em Montaigne e em Petrarca: do ensaio à epístola. Kriterion (UFMG. Impresso), v. 53, pp. 543-557, 2012.
ARAUJO, S. X. G. A Gloria e o Problema da Presunção no Autoretrato de Montaigne. O Que nos Faz Pensar (PUCRJ), v. 27, pp. 209-236, 2010.
ARAUJO, S. X. G. A vivência de si nos Ensaios de Montaigne e o culto humanista da Glória. Conhecimento & Diversidade, v. 1, pp. 98-110, 2009.
AZAR FILHO, C. M. Méthode et style dans les Essais de Montaigne. Bulletin de la Société internationale des amis de Montaigne, v. 2016-2, pp. 51-69, 2016.
AZAR FILHO, C. M. Método e estilo, subjetividade e conhecimento nos Ensaios de Montaigne. Kriterion (UFMG), v. LIII, pp. 559-578, 2012.
AZAR FILHO, C. M. O Modernismo brasileiro e Montaigne: a Antropofagia de Oswald de Andrade. Periferia, v. III, 2011.
AZAR FILHO, C. M. Nouveau monde, homme nouveau. Montaigne Studies: an interdisciplinary forum, v. XXII, pp. 71-84, 2010.
AZAR FILHO, C. M. Le premier chapitre des Essais. Bulletin de la Societé des Amis de Montaigne, Paris, v. 37-38, pp. 15-30, 2005.
AZAR FILHO, C. M. Notes sur quelques thèmes communs aux Essais et à la pensée des Indiens brésiliens. Bulletin de la Societé des Amis de Montaigne, Paris, v. 33-34, pp. 14-18, 2004.
AZAR FILHO, C. M. Montaigne: o aprendizado da virtude. Kalagatos (UECE), Fortaleza, v. 1, n.1, pp. 57-106, 2004.
AZAR FILHO, C. M. Sócrates e as leis: democracia e metafísica. Princípios (UFRN), v. 11, pp. 29-63, 2004.
AZAR FILHO, C. M. Montaigne e a Filosofia: uma pedagogia do prazer e da virtude. Ethica (UGF), Rio de Janeiro, v. 10, n.1 e 2, pp. 11-25, 2003.
AZAR FILHO, C. M. Remarques sur la relation entre coutume et vertu chez Montaigne. Montaigne Studies: an interdisciplinary forum, Chicago, v. XIV, n. 1-2, pp. 155-168, 2002.
AZAR FILHO, C. M. Montaigne e Sócrates: Cepticismo, Conhecimento e Virtude. Revista Portuguesa de Filosofia, Braga - Portugal, v. 58, n.4, pp. 829-845, 2002.
AZAR FILHO, C. M. Montaigne et la justice universelle. Bulletin de la Societé des Amis de Montaigne, Paris, v. 21-22, pp. 31-38, 2001.
AZAR FILHO, C. M. Montaigne e o Brasil. Paradigmas (Londrina), v. III, n.2, pp. 95-101, 2000.
AZAR FILHO, C. M. Le Modernisme brésilien et Montaigne: l´Antropofagia d´Oswald de Andrade. Bulletin de la Societé des Amis de Montaigne, Paris, v. 19-20, pp. 61-64, 2000.
BIRCHAL, T. Montaigne et le nouveau monde. En relisant Lévi-Strauss. Bulletin de la Societé Internationale des Amis de Montaigne, v. 64, p. 129-142, 2016.
BIRCHAL, T. Et route par ailleurs: d'un usage philosophique de Montaigne. Revue Interdisciplinaire d'humanités, v. 3, p. 97-106, 2016.
BIRCHAL, T. Vicieusement et lâchement. Faute morale et condition humaine. Bulletin de la Societé Internationale des Amis de Montaigne, v. 62, p. 149-158, 2015.
BIRCHAL, T. Régard sur soi, l'esprit qui connaît: figures de la subjectivité chez Montaigne et Descartes. Montaigne Studies: an interdisciplinary forum, v. 25, p. 31-38, 2013.
BIRCHAL, T. O amor e suas regras em 'Sobre versos de Virgílio'. Kriterion (UFMG), v. 53, p. 435-447, 2012.
BIRCHAL, T. Montaigne impénitent: la question du moi dans ‘Du repentir’. Montaigne Studies: an interdisciplinary forum, v. XXIII, p. 205-224, 2011.
BIRCHAL, T. As razões de Montaigne. Síntese (Belo Horizonte), v. 33, p. 229-246, 2006.
BIRCHAL, T. Fé, razão e crença na Apologia de Raymond Sebon: somos cristãos como somos perigordinos ou alemães? Kriterion (UFMG), v. XLVI, n.111, p. 44-54, 2005.
CONCEIÇÃO, G. H. Montaigne e a justiça no Renascimento: a física e a metafícica do eu. Cosmos e Contexto, v. 27, pp. 20-52, 2016.
CONCEIÇÃO, G. H. Hermenêutica em Montaigne e Gadamer: 'Da arte da conversação' (III, 8) e a Linguagem como Médium da experiência. Aoristo - International Jounal of Phenomenology, Hermeneutics and Metyaphysic, v. 1, pp. 205-218, 2017.
CONCEIÇÃO, G. H. Montaigne e a lei: sobre o 'Do costume de não mudar facilmente uma lei aceita (I, 23) e 'Da experiência' (III, 13). Quaestio Iuris, v. 8, pp. 898-919, 2015.
CONCEIÇÃO, G. H. Montaigne e a voluptuosidade no Renascimento: ‘Sobre os versos de Virgílio’ (III, 5). Revista Crítica Histórica, v. 12, pp. 01-33, 2015.
CONCEIÇÃO, G. H. A questão da subjetividade em Montaigne e Fernando Pessoa: a esfinge e o enigma. Revista Filosofia Capital, v. 9, pp. 22-37, 2014.
CONCEIÇÃO, G. H. Filosofia e Literatura: Os Desdobramentos do Ser em Montaigne e Fernando Pessoa. Clareira - Revista de filosofia da região amazônica, v.1, pp. 188-214, 2014.
CONCEIÇÃO, G. H. Raison d'´Etat em Montaigne. Kriterion, v. 53, pp. 499-507, 2012.
CONCEIÇÃO, G. H. A noção de partido nos Ensaios de Montaigne. Kinesis (Santa Maria), v. II, pp. 21-42, 2010.
CONCEIÇÃO, G. H. Política e subjetividade em Montaigne. Intuitio (Porto Alegre), v. IV, pp. 26-46, 2010.
CONCEIÇÃO, G. H. Montaigne e a filosofia prática: renúncia aos julgamentos absolutos em política. Redescrições, v. 03, pp. 01-18, 2009.
CONCEIÇÃO, G. H. O partido politico de Montaigne ou porque filosofar é aprender a viver. Varia Scientia (UNIOESTE), Unioeste, v. 5, pp. 25-45, 2003.
CONCEIÇÃO, G. H. Phainómenon e akatalepsia em Montaigne. In: César Augusto Battisti et al. (Orgs.). CONSTRUÇÃO E DEMONSTRAÇÃO Dimensões do Conhecimento. Toledo: Editora Vivens, pp. 55-77, 2018.
CONCEIÇÃO, G. H. Montaigne e o legado cético. In: Gilmar Henrique da Conceição; Wilson Antonio Frezzatti Jr. (Orgs.). Montaigne e o legado cético. Toledo: Vivens, pp. 33-69, 2016.
CONCEIÇÃO, G. H. Montaigne e Maquiavel: a crítica aos aduladores do príncipe. In: Filosofia do renascimento e século XVII. In: Marcelo Carvalho et al. (Orgs.). São Paulo: ANPOF, pp. 106-124, 2015.
CONCEIÇÃO, G. H. Subjetividade e Obediência Política nos Ensaios de Montaigne. In: Anais do XIII ANPOF. São Leopoldo: UNISINOS, v. 01, pp. 224-235, 2008.
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EVA, L. A. A. Michel de Montaigne: la culminación del escepticismo en el Renacimiento. By Manuel Bermúdez Vásquez. International Journal for the Study of Skepticism, v. 3, pp. 145-149, 2013.
EVA, L. A. A. Montaigne et les Academica de Cicéron. Asterion: philosophie, histoire des idées. Pensée politique, v. 11, pp. 1-45, 2013.
EVA, L. A. A. Montaigne leitor de Sexto Empírico: a crítica da filosofia moral. Kriterion (UFMG), v. LIII, pp. 397-420, 2012.
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SOUZA FILHO, J. A. de. A arte do blefe: Montaigne e o "mito do bom selvagem". Morus (UNICAMP), v. 3, pp. 243-263, 2006.
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