Depois das pioneiras traduções relativas a 'Dos Canibais', data ainda da primeira metade do século XX uma tradução de uma seleção de ensaios feita por André Gide em 1939 a pedido de um editor americano, que recebeu em francês o título de 'Les pages immortelles de Montaigne'.
Esta seleção foi traduzida por José Pérez, sob o título de 'O pensamento vivo de Montaigne' em 1940, para a editora Martins de São Paulo. Uma década mais tarde ela será retraduzida por Sérgio Milliet, para a mesma editora. Somente em 1961 será publicada a primeira tradução integral da obra de Montaigne em português brasileiro. O tradutor é Sérgio Milliet.
A primeira tradução integral dos Ensaios vem a público em 1961, e o tradutor é Sérgio Milliet. A tradução é publicada em três volumes pela editora Globo de Porto Alegre. Uma referência até nossos dias, esta tradução foi inúmeras vezes reeditada, quer na íntegra, quer parcialmente, sob vários selos, como por exemplo Hucitec, Ediouro, Abril Cultural e Nova Cultural.
A histórica tradução de José Maria Toledo Malta
Em 1961, mesmo ano da publicação da tradução de Milliet, a Livraria José Olympio, do Rio de Janeiro lança, também em três volumes, uma Seleta dos Ensaios de Montaigne, em tradução de José Maria de Toledo Malta que havia falecido em 1951, dez anos antes portanto.
A tradução de Rosemary Costhek Abílio
A segunda tradução integral de “Os Ensaios” ao português brasileiro é publicada somente 39 anos após a tradução de Milliet, em 2000. A tradutora é Rosemary Costhek Abíllio e a editora é a paulista Martins Fontes. O texto de partida para esta tradução é a conhecida edição Villey-Saunier, edição anotada, estabelecida por Pierre Villey em 1922/1923 a partir do exemplar de Bordeaux. Em 1965, Verdun L. Saulnier dirige e prefacia esta edição para a Presses Universitaires de France.
Outras traduções
O número de traduções de ensaios específicos e mesmo de uma seleção deles é prática comum em todos os contextos de recepção, não apenas no Brasil. Talvez esta sobrevivência e modernidade incomuns se devam a que Montaigne é um pensador que parece ter sempre algo a dizer sobre um fato da atualidade política e social, ou mais especificamente, sobre a desorientação humana neste mundo.
Assim é que se traduz este ou aquele ensaio, ao sabor das reflexões e perplexidades da hora, segundo também, muito provavelmente, as necessidades e determinações do mercado editorial.
As traduções abaixo elencadas foram pesquisadas no catálogo WorldCat, em bibliotecas e livarias, tanto online quanto físicas, e em sites de editoras. O que segue é portanto um painel bastante acurado, senão exaustivo, das traduções dos 'Ensaios' em português brasileiro.
1927: Canções indígenas brasileiras traduzidas ao francês e retraduzidas em português.
1940: Dos canibais
1940: O pensamento vivo de Montaigne
1951: O pensamento vivo de Montaigne
1961: Ensaios
1961: Seleta dos Ensaios de Montaigne
1998: Sobre a vaidade
2000: Os Ensaios
2009: Dos canibais
2010: Os Ensaios - Uma Selecão
2011: Sobre a amizade
2016: Ensaios
2017: Da amizade e outros textos
2017: Que filosofar é aprender a morrer e outros ensaios
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